O Universo ao Lado | Resenha

O Universo ao Lado (The Universe Next Door) é considerado um best-seller e fundamental para quem deseja se aprofundar no tema da cosmovisão.  Nesse livro, James Sire reflete sobre as principais cosmovisões presentes nos últimos séculos.  Ao comparar o teísmo com as outras visões de mundo e percepções de realidade, Sire demonstra que, quando o ser humano perde a percepção de um Deus amoroso como figura central e doador da vida, ele pode se perder nos intrincados e complexos labirintos do pensamento.

O Autor

James Sire é um autor cristão americano já falecido (2018). O livro The Universe Next Door é uma de suas obras mais conhecidas. Ele foi originalmente publicado em 1976 e está agora em sua quinta edição. O livro foi traduzido e distribuído em diversas línguas tornando Sire uma referência no tema da cosmovisão.

Propósito do livro

O principal objetivo do livro é apresentar uma estrutura base para o estudo e análise das várias cosmovisões. Em cada capítulo o autor descreve uma diferente cosmovisão, detalhando as suas diferenças e similaridades com o teísmo.

Pontos-chaves

O mundo abriga muitas diferenças de pensamentos. As pessoas podem ter diferentes respostas para as mesmas perguntas. Isso não significa que não exista uma verdade, mas que a realidade pode ser percebida de forma diferente de acordo com a visão de mundo (cosmovisão) que cada um possui. No mundo pluralista em que vivemos, compreender as múltiplas cosmovisões facilita o diálogo e a empatia. Isso porque até numa mesma família podem existir cosmovisões bem distintas.

Definir cosmovisão não é algo tão simples, contudo Sire resume que “A worldview (or vision of life) is a framework or set of fundamental beliefs through which we view the world and our calling and future in it.”

A cosmovisão pode tanto ser uma visão de mundo compartilhada por um grupo, como também de um único individuo. No plano individual, cada pessoa pode desenvolver sua própria leitura da realidade, sendo ela verdade ou não.  Geralmente a cosmovisão de uma pessoa é expressa em suas palavras e ações, e não naquilo que ela supõe acreditar.  A cosmovisão é também uma orientação espiritual que vai determinar as respostas que daremos para os dilemas da vida.

Análise

Sire observa as diferentes cosmovisões a partir de uma lente cristã. Isso significa que a obra possui um viés teísta. O Teísmo se distingue das outras cosmovisões principalmente pela forma como compreende a Deus e a nós mesmos no propósito da vida. O Teísmo, além de exaltar a figura de Deus, também enobrece a existência humana nos dando uma relevância sobre os demais seres e coisas existentes.

O Teísmo crê que Deus é infinito, pessoal (trino), transcendente e imanente, onisciente, soberano e bom. Deus criou o universo ex-nihilo para operar com uma uniformidade de causa e efeito, em um sistema aberto ou não determinado. Portanto, os seres humanos foram criados por Deus, à sua imagem e semelhança, com personalidade, inteligência, moralidade e criatividade. Estas faculdades permitem que os seres humanos conheçam a si próprios e o próprio Deus, que se comuniquem com Ele e possam imita-lo.

Para o Teísmo a história é linear, levando ao cumprimento dos propósitos de Deus para a humanidade. Nada foge do conhecimento de Deus, ainda que Ele escolha não intervir. Em Deus a história tem um sentido e cada vida um propósito.

Quando comparado a outras cosmovisões, o Teísmo se apresenta como a resposta mais adequada para preencher o vaccuum existencial descrito por Victor Frankl. O Teísmo não deixa espaço livre para dúvidas quanto o propósito da existência presente e futura. Ele preenche os anseios humanos mais básicos com a certeza de que existe um Deus pessoal, amigo, que nos ama, que está presente em nossa vida desde que passamos a existir, que se comunica conosco e que nos valoriza.

As diferentes cosmovisões parecem partir de diferentes direções do complexo pensamento humano, mas elas têm algo em comum. Todas terminam no mesmo lugar: a busca pelo sentido existencial.

No Teísmo a ideia da morte e da vida seguinte é bem distinta. Todas as cosmovisões têm um conceito de vida após a morte. Apesar de serem confortadoras, podem ser ilusórias e levar as pessoas a viverem de forma descomprometida e irresponsável nessa vida.

Conclusão

Cada indivíduo pode ter sua própria cosmovisão ou percepção da realidade. Apesar das infinitas possibilidades e opções, temos o poder para decidir qual adotaremos, qual rejeitaremos e viver coerentemente com o que acreditamos ser o correto.

Ao concluir a leitura do livro eu imagino (minha cosmovisão) que parte do sofrimento experimentado por cada ser humano neste planeta está relacionado a escolha das suas crenças ou cosmovisões. Uma escolha correta traz sentido a vida e resiliência mesmo em meio ao sofrimento. Traz paz para o presente e esperança para o futuro.

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